30.11.09

ANÁLISE ERGONÔMICA - CADEIRA WASSILY




1ª parte – Introdução:
Descrição: Poltrona com estrutura em tubo de aço com acabamento cromado. Possui assento, encosto e braços em couro reconstituído.
Designer: MARCEL BREUER

História: Não passava de estratégia de marketing chamar de Wassily a cadeira que Marcel Breuer (1902-1981) desenhou quando dirigia um dos departamentos da Bauhaus. O artista russo Wassily Kandinsky dava aula na escola alemã quando a cadeira foi desenhada, em 1925. Mas não teve nenhum envolvimento com o projeto a não ser ganhar uma das primeiras unidades de presente, quando admirou os contornos retilíneos do objeto - o apelido Wassily só virou referência quando uma marca italiana lançou o produto com o nome do pintor.
Mas a associação não chega a ser tão aleatória. O que levou Kandinsky a se interessar pelo desenho de Breuer talvez tenha sido a preocupação do colega com a estrutura, uma rigidez que não trava o desenvolvimento das formas, não impede a passagem dos traços e sustenta uma série de planos retangulares, de simplicidade e elegância em sintonia com os ideais do modernismo então nascente.
Estrutura, aliás, foi a grande obsessão de Kandinsky como artista. Seus borrões abstratos obedeciam a padrões muito rigorosos de composição. Se as tiras de couro horizontais da cadeira Wassily inspiram gravidade, é a estrutura de aço tubular dobrado, ou seja, uma peça única sem remendos, que dá uma idéia sutil de movimento à peça, a leveza que marcou o mobiliário da Bauhaus.
Vale lembrar que as curvas na estrutura de aço que Breuer conseguiu criar copiam a tecnologia que ele mesmo descobrira quando desenhou a bicicleta Adler, que tinha um guidão em forma de meia-lua. Não espanta ter sido o desenho de uma bicicleta o embrião de todo o movimento contido na cadeira Wassily - tudo isso permitido pelo avanço tecnológico da Mannesmann, fabricante de aço que conseguiu fazer dobrar os tubos metálicos sem precisar soldar partes separadas para formar as vigas.
Breuer sempre trabalhou juntando arte e tecnologia. Foi isso que garantiu sua ascensão na hierarquia da Bauhaus e ajudou a projetar seu nome também no exterior. Quando foi dissolvida a escola, Breuer se mudou para Londres, onde fez os primeiros experimentos com madeira curvada, e, mais tarde, Nova York, onde passaria o resto da vida à frente de projetos arquitetônicos.
Foram obras como o Whitney Museum of American Art que o transformaram num dos maiores arquitetos brutalistas do mundo, ou seja, que fazia a própria estrutura como principal atrativo dos projetos. É a mesma proposta, bastante explícita, aliás, da cadeira Wassily: a estrutura que dribla a forma e se torna atração.

2ª parte – Análise de Tipologia
Segurança:

Cadeira resistente ao peso do usuário, sendo esta firme trazendo ao usuário equilíbrio, não tendo possibilidade de deslizamento, porém, não é de fácil deslocamento, não obtendo nenhum sistema de regulagem.

Postura:

Permite uma postura ereta. Não permite total apoio da região lombar.

Ângulos de conforto:

Com pequena inclinação do encosto com relação ao assento.
Revestimento (material):

Não obtém espuma, não trazendo grandes problemas por ser de uso doméstico. Por ser de couro reconstituído existe a possibilidade de esquentar.

Constituída por materiais de qualidade proporciona durabilidade. Cadeira esta com uma estética moderna, própria para ambientes mais descontraídos.

Encosto:

Não proporciona apoio para toda a região lombar, tendo a borda superior inclinada para cima.

Braços

Os braços não são reguláveis e não obtém estofado, sendo assim de uso de pequena duração.

Assento:

Todas as bordas são arredondadas e inclinadas, não possui nenhum tipo de regulagem.

Regulagens:

Ideal para o uso domestico, porém, sem braços ajustáveis, nem assento com ajuste de altura, não obtém encosto para a cabeça e apóia parcialmente a região lombar. Não permitindo adequação a diferentes perfis antropométricos.

3ª parte – Análise Dimensional







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